segunda-feira, 12 de setembro de 2011

O câmbio automático que eu não tenho.

Ah, as delícias da marcha automática… Primeiramente, a temida rampa: nunca mais ficar em apuros numa subida. Em Curitiba, dirigir e fazer bem uma rampa é questão essencial de sobrevivência no trânsito.

Me lembro da ladeira da Brigadeiro Franco com a Julia Wanderley, nas Mercês, terrível! E aquela ladeira da Senador Xavier da Silva com a Nilo Peçanha, no São Francisco? O cemitério fica ao lado, super agourento para quem não sabe sair com o carro parado numa subida.

Todas estas aflições seriam fichinha para um bravo, raçudo e corajoso câmbio automático.

Depois, os cruzamentos. Um cruzamento banal como a José de Alencar com a Conselheiro Carrão - coisa de pouca monta aquilo de arrancar rápido para cruzar uma via rápida. Que motorista iniciante consegue arrancar um carro com facilidade?! O troço de soltar a embreagem e pisar mais forte no acelerador sem pular pra trás é dificílimo. Dá medo. Mas nada que um destemido e prático câmbio automático não fizesse num pé só!

Finalmente, trânsito lento. Sim, recém habilitados temem velocidade, mas se pelam de medo daquela coisa de andar em primeira, quase pôr segunda, parar e deixar o carro morrer. Um câmbio automático paciente, valente e incansável nunca se apoquentaria com situações como estas.

Um motorista novato precisa aprender a dirigir bem e isto significa usar a tranqueira da embreagem. Você até inventa mil e um caminhos alternativos para não pegar semáforos em subidas, não entrar na Marechal Deodoro na hora do rush; dá sempre um jeito de cruzar preferenciais ou só andar por onde tem sinaleiros de três fases. Mas chega um dia que você se vê no pior dos mundos: no estacionamento de shopping center.

O que seria o ambiente mais confortável e seguro para você dirigir se torna um pesadelo sem fim: rampas em pouca velocidade e uma fila de carros atrás de você querendo que ande mais rápido.

Aquele câmbio automático, que não está no seu carro, tiraria de letra. Só que você tem o seu, um com desenhinhos de retas e números. Lembra que a primeira pode não entrar, então tem que bombear a embreagem. Céus, como fazer isso na subida?! Ai, aquele maldito colou na minha traseira. Será que ele não percebe que peguei a carteira agora?! Cristo, me ajude! E você puxa o freio de mão.

Ah, as delícias do freio de mão…

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