sexta-feira, 1 de fevereiro de 2013

Empreendedores, só que não.

É um troço intrigante que eu receba no email muito mais orçamentos que não solicitei sendo que, para os solicitados, sequer um telefonema. Pesquisas dão conta de que o brasileiro é um dos povos mais empreendedores do mundo. Mas, se for, inverteu tudo que é apregoado nos manuais de boas práticas administrativas. Quando a história chega no quesito vendas, brasileiro adora vender, mas só pra alguém que não queira comprar.

Se você, meu chapa, for do tipo cliente que quer comprar, se lascou-se. Pode telefonar, pode enviar email, pode ligar de novo. Não adianta, não vão lhe responder. Cliente que quer comprar, no Brasil, se transmuta num tipo odiento conhecido pelo nome de pidão. Pidão.

Aí você sabe como é que é: o pidão pede ajuda, explicações, quer agendar visita em casa, ou quer ir até a loja, via de regra não entende o que está comprando, então toma tempo atendê-lo. Achei que a internet fosse aliviar um pouco o trabalho duro de vender serviços ou produtos que exigem orçamento. Mas nada!

Do outro lado do micro, é email que não chega, que vai pra caixa de lixo eletrônico, que deletam porque supunham já respondido. É notebook que dá pau, é o raio da puta que o pariu que caiu em cima da cabeça do vendedor e ele morreu e ninguém acha o arquivo que ele tinha deixado pronto com os seus dados.

Brasileiro, na era da internet, gosta de vender assim: manda um spam e quem cair na rede é peixe. Moleza. Dizem que brasileiro é empreendedor, só que não.

escrito por Mayra Corrêa e Castro (r) 2013

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