Já passei por algumas oficinas literárias. Escritores desta época, que as conduzem, têm nomes comuns.
É assim que, entre eles, compareceram dois Joões, o Carrascoza e o de Castro Rocha. Também houve dois Josés, olhe só: o Castello e o Torero. Estive com um Luiz, o Ruffato, e um Sérgio, o Vilas-Boas.
Mas nunca tinha tido, por professor, um nome tão singular quanto Thelonius.
Sim, isso mesmo; não surtei: Thelonius Monk, o pianista, abriu três dias de oficina com sua música.
Colocaram um show seu, gravado em DVD, para tocar na sala, e o convite foi pra que aprendêssemos escrever com ritmo, harmonia, melodia e cadência.
Enquanto conversávamos sobre nossas crônicas, o piano continuava baixinho, não atrapalhava. Antes, era um charme. Numa sincronia misteriosa, que só ocorre em oficinas de escrita criativa, coincidia o momento em que Thelonius saía do piano e um de nós lia o próprio texto. Parecia que parava só pra nós.
Foi, de longe, o laboratório de escrita mais criativo de que participei.
Ao final, posamos para a foto, alunos e maestro agrupados. Ah, não te falei?!
O jazz se faz de improvisos, mas uma oficina requer um escritor experiente:
De nome comum, como os demais, o mestre Antônio Torres sorria para a câmera ao nosso lado.
Foi meu primeiro Antônio. E o primeiro a gente nunca esquece.
escrito por Mayra Corrêa e Castro ® 2013
para a Oficina de Crônicas com Antônio Torres
Agosto de 2013 – Biblioteca Pública do Paraná – Curitiba/PR
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